quarta-feira, 15 de junho de 2016

MALVADO FAVORITO FRITO E O ENXUGAMENTO DO BRASIL

EDITORIAL ABM.BRBrasília, 15 de junho de 2016


Eduardo Cunha, político carioca, até poderia ser definido como malandro. Chegou ao poder na presidência da Câmara conseguindo apoio da direita, da esquerda e do centro.

Eleito por uma bancada mais conservadora em 2014, Eduardo Cunha chegou ao poder se dizendo de centro.
Influenciador e de personalidade magnética, foi construindo dentro da Câmara uma trupe fiel e apta a defendê-lo. Parecia estar disposto a enfrentar o PT logo depois que assumiu ao ameaçar com o impeachment.

Hábil negociador, tentou fazer um jogo de toma-lá-dá-cá com o governo quanto ao impeachment. Conforme as revelações da Lava Jato foram surgindo, Cunha mudou de direção e sentido, passando a apoiar o impeachment e colocando o projeto em pauta na Câmara. Viu que não tinha jeito, essa que é a verdade.

O PT, naturalmente, não queria esse jogo e fez de tudo para impedir ou atrasar a votação na Câmara. Nos bastidores, Cunha fez de tudo para proceder com a maior velocidade possível, mesmo diante de bloqueios e “revisões do rito” por parte do STF.

O STF garantiu “ampla defesa” de Dilma ao reconhecer que o Senado deveria ter parte importante no processo de impeachment. Diante dessa mudança na interpretação constitucional, definiu novas comissões de impeachment e novas votações. Cunha teve de capitular.

Em paralelo, o ataque do PT a Cunha começou a aumentar. Motivos não faltam. O deputado, que acabou sendo a maior pedra no caminho do PT, era conhecido pelo fisiologismo, característica dos caciques peemedebistas que também andam merecendo o ostracismo.

O resultado disso tudo foi a sua cassação no conselho de ética da Câmara dos Deputados. Na sequência, uma ação civil já sequestrou os seus bens. Agora caberá a Cunha deixar a cena como o “Malvado Favorito” que foi colocado na frigideira.

Cunha será o inimigo dos comunistas que jamais quis ser herói. Cunha é como um Curupira: um trickster da política que sabe jogar com a justiça — em nome do impeachment — e a injustiça — corrupção e propinas — de acordo com a sua vontade. Anda para frente, mesmo tendo os pés virados para trás.

Queremos para o Brasil políticos que sejam, ao mesmo tempo, liberais, no sentido de facilitar a economia e desburocratizar os negócios, e conservadores, no sentido de conservar os princípios básicos de nossa democracia constitucional e as liberdades individuais.

Cunha parecia se alinhar, em parte, com o primeiro objetivo, mas o segundo objetivo parecia ter dele aceitação apenas parcial, ou seja, que valham para os outros leis que não valem para ele.
Esse tipo de político — e de política — deve acabar no Brasil conforme formos caminhando para o fim da impunidade e para a responsabilidade.

Já não aguentamos mais políticos corruptos que cometem estelionato eleitoral.

Queremos políticos responsáveis e políticas que levem à diminuição do estado brasileiro com eficiência, e não quem finge que quer isso de um lado para continuar corrompendo de outro.

Que Cunha sirva de exemplo a outros caciques fisiológicos, ainda ocupando postos importantes na nação, de um país que está se transformando e eliminando tanto compradores, quanto comprados, enxugando a máquina estatal que queima dinheiro dos pagadores de impostos.

Cabe lembrar que hoje é o dia em que o TCU deveria reprovar as contas de 2015 do governo Dilma. Isso é muito importante para continuarmos o processo de saneamento da política nacional. Que o fim de Cunha e uma possível reprovação das contas de 2015 da Dilma possam simbolizar, hoje, o começo do fim da ideologia de castas que parece dominar a nossa classe política, tanto à esquerda, quanto à falsa direita.

Precisamos de uma direita de verdade.


#ReprovaTCU
#MalvadoFavoritoFrito

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