sexta-feira, 10 de junho de 2016

A DEMOCRACIA DO VOTO QUE CONTA

EDITORIAL ABM.BR: A DEMOCRACIA DO VOTO QUE CONTA
Brasília, 10 de junho de 2016


A palavra democracia quer dizer “poder do povo”, mas é vilipendiada pelos poderosos brasileiros.

Ser representante do povo é uma responsabilidade, e não um pedestal para que políticos passem a outra casta social.

O foro privilegiado é um equívoco que precisa ser corrigido no Brasil. Nossa constituição criou uma sociedade de castas, onde há uma casta política e burocrática superior ao resto da sociedade. Tudo isso nos afasta da democracia.

Essa visão equivocada leva a processos bizarros. Há confusão entre o que é democracia e o que é voto.
Numa democracia de verdade, a população teria participação em todo o processo eleitoral. Nas eleições americanas, por exemplo, os candidatos são escolhidos em primárias na qual a população é envolvida em todo o processo.

Numa eleição em que muitos votam em partidos para o congresso, com listas fechadas e desconhecidas, muita gente eleita no Poder Legislativo acaba não representando o povo — que nem sabe em quem está votando direito.

Além disso, muitos políticos sem popularidade se aproveitam das falhas no sistema eleitoral para comprar votos de maneiras diferentes.

É o cabresto do século 21. Disfarçado de programas sociais ou de “benefícios” escondidos, tal propina eleitoral leva milhões de pessoas a votar em políticos que não confiam, mas que ao menos pagam.

Há dois problemas nessa lógica. O primeiro é o da população, que não compreende o poder do voto e contribui para a eleição de uma casta de semideuses analfabetos.

O segundo é o dos políticos, que não buscam votos por meio de ideias, e sim por meio da compra de consciências, o que é extremamente antiético, sobretudo num país cheio de ignorantes como o Brasil.
Por isso interessa a muitos políticos manter a população na ignorância absoluta.

O materialismo na política leva a uma democracia do equívoco. Corrigir isso passa, necessariamente, pelo voto impresso, para evitar fraudes eletrônicas — as mais graves e as que mais podem alterar totalmente os resultados das eleições.

Também passa pela conscientização do povo, que não pode trocar o seu voto por programas sociais, dinheiro e que precisa votar de acordo com as ideias dos candidatos, sempre contando com a ajuda dos amigos e familiares nesse processo para fazer a melhor escolha.

Dizemos isso porque muito mais importante do que receber benefícios de programas sociais, é poder enriquecer a ponto de deixar de recebê-los.

A população precisa recuperar o prazer pela inovação, pelo empreendedorismo, pela geração de riqueza que leva à erradicação da pobreza, como já dizia Roberto Campos.

E tudo isso passa por eleições limpas. E isso passa necessariamente pelo financiamento 100% privado de campanhas, já que isso, por si só, levaria a candidatos que têm apoio real do povo às eleições.

O voto impresso, a consciência do cidadão na hora do voto e a rapidez na punição da justiça eleitoral para acabar com fraudes completam as ações necessárias para que a contagem de votos possa passar a significar democracia de verdade.

Apoiamos o presidente Gilmar Mendes do TSE em sua iniciativa louvável de buscar investigar onde há indícios de fraudes no momento da votação.
Torçamos para que ele auxilie a promover eleições limpas em 2018.

Sabemos que as eleições deste ano, com urnas eletrônicas sem comprovante impresso, estão com alto risco de fraude. Não por acaso muitos desses políticos envolvidos na Lava Jato querem novas eleições ainda este ano.

Queremos que se cumpra a constituição brasileira. Vamos esperar até 2018 para nos prepararmos para eleições limpas, com menos fraudes, e com a punição de todos os envolvidos a tempo de eliminá-los do pleito pela Lei da Ficha Limpa.

Esperamos também que, até lá, estejam aprovadas as 10 medidas do Ministério Público do Federal, que culminará na punição completa de políticos, autoridades e corruptos de todos os partidos, contribuindo ainda mais para eleições mais limpas em 2018.

Está com pressa para eleições este ano? Seja sábio e vamos aguardar. 2018 poderemos ter as melhores eleições de nossa história.

Que assim seja!


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