quarta-feira, 6 de julho de 2016

OPERAÇÃO SÉPSIS, A INFECÇÃO GENERALIZADA DO BRASIL

Editorial ABM.BR - 01/07/2016 


Sépsis, ou infecção generalizada é uma das causas de morte mais comuns no mundo. Ela começa por uma infecção em alguma parte do corpo que rapidamente se espalha, levando à falência dos órgãos. Se não tratada a tempo, pode matar em poucos dias.

A Polícia Federal, que hoje está nas ruas com a Operação Sépsis, diagnosticou com diversas operações que o Brasil está sofrendo com uma infecção generalizada. Sinais claros de falência dos órgãos começaram a aparecer no Rio de Janeiro e em outros estados. É dinheiro demais indo para a mão de algumas poucas pessoas, não por competência em gerar valor, mas pela mediocridade de roubar.

A corrupção, é evidente, não apareceu só agora. Porém, por motivos ideológicos, alcançou números vertiginosos. Quando dizemos por motivos ideológicos, é porque há precedentes. A Rússia, o primeiro país a fazer uma grande experiência sanguinária do comunismo, também sofre com a corrupção até hoje.

Até porque a palavra corrupção advém da corrupção moral. Para uma ideologia que tem como objetivo romper com a visão conservadora, é preciso romper com a família, com as leis, com as instituições, com as regras do jogo e, sobretudo, com o dinheiro dos outros.

A nova operação tem como alvos a JBS e um famoso banqueiro. Fica claro, a cada dia, que não se tratou de um esquema apenas com empreiteiras e publicitários. Trata-se de um esquema que envolve bancos, frigoríficos e sabe-se lá mais o que.

É sintomático dessa infecção generalizada que Renan Calheiros queira aprovar projetos que diminuam os riscos de políticos serem devidamente investigados. Trata-se da mutação da bactéria corruptora, pois quer escapar dos glóbulos brancos de defesa.

Aos brasileiros agora cabe compreender que a infecção generalizada está instalada. E não será fácil batalhar. Pode ser que tenhamos de morrer e nascer de novo para transcender esse problema, que não é de fácil solução. Mas ele começa, em primeiro lugar, com o reconhecimento da febre que já assola o corpo.

E essa febre é a crise econômica. Nenhum país pode funcionar bem quando a mediocridade vira mérito, nem quando o vício passa a parecer uma virtude. Trata-se de delírio causado pelos sintomas que o brasileiro precisa desprezar. É chegada a hora de termos atenção para os graves sintomas que nos matam.

Se morrermos, isso é, se o Brasil precisar se reinventar para poder existir, que assim seja. Que sejam presos todos os agentes infecciosos. Que as delações recentes de Funaro, por exemplo, possam somar-se à nossa busca pela verdade. Do contrário, ficaremos doentes.

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