quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

CARTA ABERTA DO INSTITUTO AVANÇA BRASIL AOS LÍDERES DA MAÇONARIA REGULAR DO BRASIL

 Brasília, 5 de dezembro de 2022

Simón Bolívar é considerado por alguns países da 
América Latina como um herói, visionário, 
revolucionário e libertador.


CARTA ABERTA DO INSTITUTO AVANÇA BRASIL AOS LÍDERES DA MAÇONARIA REGULAR DO BRASIL


Sereníssimos Grãos Mestres,

O Instituto Avança Brasil foi criado por Maçons brasileiros que buscam ter uma agenda séria contra a tirania, contra a injustiça, pela prosperidade, pela liberdade e pela estabilidade jurídica em nosso país. Defendemos o estado de direito, o império das leis, como base e sustentação da democracia no Brasil hoje ameaçada por ações de agentes do Estado que impõem, em nome da defesa da democracia, um verdadeiro estado de exceção.

Segundo Aristóteles, “é mais adequado que a lei deve governar do que qualquer um dos cidadãos: sobre o mesmo princípio, se é vantajoso colocar o poder supremo em algumas pessoas, eles devem ser nomeados para ser apenas guardiões e servos das leis”.

Nós prezamos pela nossa Constituição Federal. Ela instituiu o princípio da harmonia e independência entre os poderes. A sociedade civil organizada não governa, não legisla, não julga.

No entanto, ela é a fonte real de poder que institui todos os demais poderes.

Lamentamos constatar que o sistema de freios e contrapesos não estão funcionando, colocando o nosso País sob o manto da tirania.

Harmonia não é conluio, muito menos omissão. Independência não é intromissão. Autoridade legítima não é a utilização de poder usurpado de outros poderes da República.

Vemos hoje a omissão dos presidentes das casas legislativas no Congresso Federal. Eles não cumprem o seu papel constitucional para frear a invasão de competências promovida pelo poder judiciário.

A sociedade civil organizada, por definição, não é governo nem agente do Estado. Mas é a ela que todos os agentes do Estado devem prestar contas, respeitando a Constituição Federal e não, interpretando-a de acordo com a visão política de seus membros.

A Maçonaria teve e tem um papel importante na construção da sociedade livre, influenciando na formação de cidadãos livres e de bons costumes.

E neste momento crucial do País, é mais do que necessário o seu engajamento, irmão!

Sabemos que um Maçom pode ajudar muito na articulação, não apenas pelo exemplo, mas pela liderança e pela habilidade de comunicar.

É necessário, mais do que nunca, que procuremos o combate aberto à tirania que se instalou no Brasil. Estamos vivendo, neste momento no Brasil, um processo acelerado do que já vem acontecendo na Venezuela, Bolívia, Equador, Argentina e Chile: uma ditadura nos moldes cubanos, inspirada no comunismo soviético para escravizar nosso povo.

O respeito à soberania dos povos começa com a defesa da própria soberania. E é isto que a resistência civil está expressando em cada palavra, em cada gesto, em cada cartaz que ostenta.

Clama por instituições que “ainda” possuem seu crédito, respeito e confiança.

Em momentos históricos, os Maçons de toda parte foram chamados para auxiliar o Brasil, procurando fazer alguma coisa pela Liberdade, pela Igualdade e pela Fraternidade.

A nossa causa é muito simples: aplicar o esquadro e o compasso no Brasil, ou seja, transformar a nossa cultura por meio da retidão moral, representada pelo esquadro, e por meio da delimitação das leis, naturais, humanas e espirituais, delineadas pelo compasso.

Junto a esses instrumentos nos balizamos pelo Volume da Lei Sagrada, no qual, habitualmente, buscamos inspiração na união fraternal. Por último, temos de nos atentar à Constituição Federal de 1988 que, por mais imperfeita que seja, deve ser cumprida e não rasgada como está sendo, principalmente por quem deveria guardá-la. Nós Maçons, temos o DEVER de lutar por isso em nome da Liberdade, da defesa da Pátria e da Humanidade opondo-se a qualquer tipo de tirania.

É mais do que necessário que nossa fraternidade busque e exemplifique os sãos princípios da moral e da razão. Não podemos repetir o mantra de que “as instituições estão funcionando” quando, de fato, não estão plenamente. Não podemos espelhar o modelo dos poderes – instituídos inicialmente pelo povo – que desprezam o direito, aviltam a liberdade e perseguem o próprio povo.

Perseguições estas materializadas na figura de cidadãos comuns, parlamentares, jornalistas e órgãos de imprensa.

O grande Ruy Barbosa, faz a relação entre imprensa e liberdade que está gravada na introdução ao seu livro “A imprensa e o dever da Verdade”: “Imprensa e liberdade, jornalismo e consciência são termos de uma só equação. Onde a manifestação da consciência não for independente, não há jornalismo. Onde a imprensa existir, a independência no escrever é irrecusável”.

Faz-se obrigatório que renovemos os ideais de liberdade num cenário de governos autoritários dominando a América Latina. Simón Bolívar, membro de nossos quadros, hoje é usado como propaganda populista por ditadores comunistas. Nós sabemos que ele era, na verdade, um libertador, nunca um populista autoritário como esses que o utilizam como instrumento.

A população sente que vive numa falsa democracia, enxergando os poderes corrompidos e aparelhados, sem independência. É vital que retomemos o espírito cívico exigindo que a lei e a ordem sejam reestabelecidas para que de fato tenhamos a independência entre os poderes e a garantia fundamental da livre expressão do pensamento.

A situação atual é resultado da inoperância dos poderes e principalmente do ativismo judicial de muitos de seus membros que rasgam a Constituição Federal invadindo competências, subjugando lideranças e impondo agendas políticas. Isto é inaceitável segundo nossos princípios.

O momento é de decisão e os senhores, na qualidade de líderes dos Maçons no Brasil, precisam decidir se querem, de fato, seguir os princípios basilares da Ordem e agirem pelo exemplo, ou se irão apenas repetir, passivamente, o mantra de que “nossa democracia é forte” e “nossas instituições estão funcionando”.

Não esperemos que tomem a nossa casa, nossa vida, o nosso trabalho e a nossa liberdade, como já estão fazendo.

Como Maçons devemos estar atentos a tudo o que ocorre. Em cargos públicos, privados ou nas Forças Armadas, temos que agir, entender, coordenar e liderar muitas pessoas segundo nossos princípios.

Dentro de um complexo contexto geopolítico, urge que o Brasil recupere o status de país gigante, para deixar de ser apenas uma esquina na periferia mundial, dominado por interesses de outros países e por ditadores, totalitários e populistas.

Ser Maçom dentro de nossos Templos duas horas por semana é muito fácil. Qualquer profano minimamente inteligente o fará. O desafio está em ser Maçom fora dos Templos, durante os sete dias da semana e nas 24 horas de cada dia.

Vamos assegurar que nosso País seja soberano, uma pátria da qual nos orgulhemos no presente e onde nossos filhos e netos possam viver livres!

Um Tríplice e Fraternal Abraço,

INSTITUTO AVANÇA BRASIL

terça-feira, 21 de junho de 2022

São João e a Maçonaria


Padroeiros dos Maçons


As Lojas Maçônicas costumam comemorar as datas de 24 de Junho (São João Batista) e 27 de Dezembro (São João Evangelista), como padroeiros da Maçonaria.

As Lojas dos primeiros graus da Maçonaria são chamadas de “Loja de São João”, e deriva do título usado durante a Idade Média, pelas corporações de construtores, que formavam a Confraria de São João.

A festa de São João no dia 24 de Junho é marcada por “fogos e fogueiras” que, ainda são queimadas em muitas regiões, e o folclore é rico em tradições relacionadas com esta festa, principalmente no Brasil.

Na jurisdição de algumas Potências, em alguns rituais, o São João da Escócia. Isto veio a alterar o primordial sentido de São João na Maçonaria.

Este fato deve-se, talvez, à influência do nome dado a uma Loja de Marselha em 1751, pouco antes da revolução que passou a ser considerada Loja ‘Mater de Marselha’, após a canonização de um príncipe escocês, cavaleiro das cruzadas de Jerusalém, como São João Esmoler, conhecido como São João da Escócia.

São João da Escócia data de 1751. O Grande Oriente da França inspirou-se na Loja ‘Mater de Marselha’, provavelmente ao inserir nos seus rituais o São João da Escócia, como seu padroeiro.

Há vários nomes de São João dado às Lojas do mundo. Seguem algumas:

São João da Palestina, título dado a uma Loja, fundada em Paris no ano de 1780 pela Loja Mater da Escócia.

São João de Boston, denominação dada à Grande Loja Americana, no ano de 1733.

São João de Edimburgo, nome dado em 1736 à Grande Loja da Escócia, berço da Maçonaria moderna naquele país.

São João Batista, filho do sacerdote Zacarias e de Isabel, prima da Virgem Maria, foi chamado de “precursor” porque preparou os caminhos de Jesus.

Ele foi chamado de Batista, porque batizava no Jordão.

João, o precursor, pregava a renúncia e o arrependimento. A Ordem Maçônica desempenha também, num certo sentido, o papel de precursora e pode fazer-nos lembrar o combate espiritual de João Batista.

João, o precursor, era considerado um personagem perigoso para a época, pelas suas ideias de fraternidade e de justiça.

Herodes Antipas, irritado com as suas advertências por causa da sua união com Herodíades, sua sobrinha, e a mulher do seu irmão, lançou-o na prisão de Maquerunte para, mais tarde o mandar decapitar. Reverencia-se a sua degolação no dia 29 de Agosto.

Decapitação de João Batista


João Evangelista era filho do pescador Zebedeu e de Salomé, parente da mãe de Jesus, irmão mais novo de Tiago Maior.

Natural de Betsaida sobre o Lago de Genesaré. Exercia, na mocidade, a profissão de pescador. Foi discípulo de São João Batista e juntou-se ao Divino Mestre, juntamente com André.

São João Evangelista

Depois da ascensão do Senhor, João permaneceu em Jerusalém até a morte de Maria, pregando o cristianismo na Judeia e na Samaria; mais tarde, depois da morte de São Paulo, vivia em Éfeso, onde formou os seus discípulos, entre eles os bispos de Pápias, Inácio de Antioquia e Policarpo de Smirna.

Sob o império de Domiciano, foi desterrado para a Ilha de Patmos, de onde regressou para Éfeso durante o governo de Nerva, vindo a falecer no tempo de Trajano, com a idade de 100 anos aproximadamente.

Diz-se ainda, que os Templários celebravam as suas festas mais importantes no dia de São João, e que a Maçonaria nada mais fez do que perpetuar um costume da ordem dos Templários.

O amor fraterno é a luz que ilumina a Loja, e por isto, São João passou a ser considerado o Patrono da Maçonaria, evidentemente, sem o cunho vulgar que se imprimem aos santos, em busca de proteção vinda dos céus.

A Maçonaria foi bem inspirada ao dar este nome às suas Lojas, dado os múltiplos sentidos que lhe podem ser atribuídos.


Fonte: GORGS