ATENÇÃO! Editorial ABM.BR - 03/07/2016
Há quem pergunte: como podem maçons serem tão felizes, prosperar tanto, serem tão cultos? Como podem maçons terem tanta longevidade, com muitos passando dos 80 anos de idade e ainda ativos, indo às lojas? Como podem tantos maçons terem sido responsáveis pela implantação de democracias avançadas, como a americana, a inglesa, a francesa, a australiana e até mesmo terem ajudado tanto na nossa ainda incipiente democracia brasileira?
O segredo dos maçons é um só: a consciência de sua própria insignificância e ignorância. Mas aí alguns dirão que muitos maçons são políticos, soberbos e sábios, como podem ter consciência de sua ignorância? É que a consciência de que somos insignificantes e ignorantes nos estimula a agirmos de forma significativa e a buscar conhecimento.
Para isso, os maçons utilizam o simbolismo para incutir em suas consciências ferramentas simbólicas. Assim, o esquadro, que apresenta um ângulo reto, simboliza a retidão moral. O maçom que incorpora o esquadro em sua alma, passa a considerar que a retidão moral é não uma mera lei divina, e sim um instrumento de trabalho. A moralidade passa a ser um norte a ser alcançado a todo momento.
Não estamos dizendo que não há maçons desonestos. É claro que eles existem. Porém, dentro da maçonaria, eles são a exceção da exceção, ou apenas maçons imaturos. Com o tempo, esses maçons vão aplicando o esquadro na própria pedra bruta de suas almas, incorporando a métrica da retidão em todas as suas ações.
É evidente que isso é um processo dolorido. Afinal, não é todo dia que as pessoas revisam suas consciências. Para o maçom, conformar sua visão de mundo ao esquadro é algo cotidiano. Não é possível viver ou pensar em nada sem antes lembrar dessa notável lição.
O compasso, por sua vez, é usado para traçar circunferências desde a mais remota antiguidade. Círculos são como limites, ao qual o maçom deve estar circunscrito. Esses limites simbólicos são as leis, tanto leis divinas quanto leis humanas. O compasso é, portanto, símbolo da justiça. Une-se ao esquadro como ferramentas que servem ao homem não apenas para desenhar e construir casas, pontes, castelos, muros, como também construir nossas almas.
Maçons não são seres perfeitos. Pelo contrário, somos humanos como qualquer outro. No entanto, é a renitente memória dessas ferramentas que leva a um aprimoramento na vida dos maçons. E isso faz muito bem à saúde, à alma, à família, ao trabalho e à sociedade.
Que uma maior consciência da justiça e da retidão moral leva à expansão da consciência, não há dúvida. Porém, essa expansão da consciência deveria originar também um ímpeto de procurar retornar à sociedade esses princípios que nos norteiam. Sabemos que há por aí muitos maçons que vão às lojas desde sempre, mas que não retiram da loja esses salutares ensinamentos para levar à sociedade. Aí está o erro da omissão, que muitos maçons ainda cometem.
Cabe ao maçom ser uma vela acesa que acende as demais apagadas. E essa vela só se acende quando trabalhamos a nossa geometria dentro do esquadro e do compasso. Somente assim podem os maçons tornarem-se úteis à sociedade, bem como servir de exemplo para que outras pessoas boas, não necessariamente maçons, possam identificar-se com a causa e ajudar-nos a construir um futuro mais reto e justo.