terça-feira, 14 de junho de 2016

LULA ESTÁ COM MORO, MAS AINDA NÃO FIQUE FELIZ

EDITORIAL ABM.BRBrasília, 14 de junho de 2016


Dilma ainda não está e ainda tem muita gente que já deveria estar com o Sérgio Moro, mas está longe.

Mesmo a devolução de Lula, ainda que Janot já tivesse afirmado que considerava a gravação de Lula com Dilma absolutamente legal, não foi perfeito e nem justa, já que Teori desconsiderou esse grampo.

Desconsiderar esse grampo significará menos anos de prisão para ambos. Por esse crime absurdo, passarão impunes à história devido a motivos torpes.

Uma justiça que falha por motivos sem sentido também falha por tardar suas decisões. Num país onde crimes “prescrevem” (onde já se viu um crime prescrever como ocorre aqui?) e bandidos podem ficar impunes por causa do tempo que passou quanto ao crime que cometeram, é um grande absurdo.

Some-se a isso o fato de vários políticos e servidores terem foro privilegiado. Dessa forma, qualquer partido com projeto ideológico de poder pode, com o tempo, aumentar a quantidade de juízes amigos que, no futuro, julgarão os amigos de “partido”.

Chama a atenção, ainda que não de forma muito clara, como podem ter ascendido à carreira de ministros do STF esses que se acreditam quase como semideuses.

Há de se perguntar: quem julgará os ministros do STF? Quem julgará os ministros do STJ? Hoje ninguém, amanhã, com certeza alguém o fará. Não pode haver cortes supremas, nem foros privilegiados. Não pode haver juízes especiais, nem leis especiais.

O conceito de igualdade maçônica jamais foi o da equalização econômica dos neocomunistas, e sim o do equânime valor das leis a quem quer que seja. Num país onde há foro privilegiado, isso jamais acontecerá. As leis, para os que se creem “semideuses”, sempre serão outras e com lenta interpretação e execução.

Recentemente vimos a celeridade do STF para julgar e demover Cunha da presidência da Câmara. Não vemos celeridade no julgamento de ministros e ex-ministros de Dilma.

Teori, aliás, podia ele mesmo ter decretado a prisão de Lula. Devolveu o caso para Sérgio Moro porque não quer tomar para si agora esse problema. Preferiu entregar o problema a um homem de coragem.

A coragem de Moro é grande, assim como o seu coração. No entanto falta essa mesma convicção nos magistrados, ministros, procuradores, promotores injustos e lentos que estão nos estados, municípios e no governo federal.

Felizmente receberá o processo de Lula junto com o de Jaques Wagner, Ideli Salvati, Delcídio Amaral e Edinho Silva. Ainda falta muita gente para se repassar ao Moro, mas já é um bom começo.

Cabe, infelizmente, a poucos personagens da razão trazer um pouco de luz para as trevas de nosso Poder Judiciário, obeso financeiramente e lento, à imagem de um elefante sem memória, que já não sabe mais o que deve fazer primeiro.


#FimDoForoPrivilegiado
#10MedidasMPF
#VemPraRua31Jul
#JusticaQueTardaFalha

segunda-feira, 13 de junho de 2016

POR QUE TIRANOS MATAM?

EDITORIAL ABM.BR: Brasília, 13 de junho de 2016
Dia 12 de junho de 2016 houve um ataque terrorista islâmico nos Estados Unidos dirigido à homossexuais. Um homem armado de uma pistola e de um fuzil AR-15 matou mais de 50 pessoas, ferindo outras 53.


Trata-se de intolerância religiosa e homofobia extrema de um lado, facilitada pelo fato de que não havia ninguém armado na boate que pudesse defender essas vidas. Apenas a polícia, armada, foi capaz de deter a ameaça, mas tarde demais.
O terrorista, chamado Omar Marteen, é de origem afegã. Pouco tempo antes de fazer o que fez, ligou para o número 911 (equivalente ao nosso 190 no Brasil) e alegou lealdade ao Estado Islâmico.
Omar, assim como outros terroristas, presumem que a sua ideologia, a sua visão de mundo, é a ideal. Esse tipo de idealista é o mais perigoso, pois considera que tudo o que não se enquadra em sua visão deve ser destruído.
A visão dos jihadistas e de sua ideologia não é diferente da visão dos socialistas, comunistas ou neocomunistas do século 21. Da mesma forma, os socialistas acreditam em sua ideologia como sendo a mais perfeita do mundo.
Todo mundo que não se enquadra nisso é “capitalista” ou “fascista” e merece ser preso, morto, torturado ou ao menos humilhado em público.
Os maçons, no ano de 1717, tiveram a felicidade de reunir numa loja maçônica na Inglaterra judeus, católicos, protestantes, muçulmanos e orientais com o objetivo comum de desenvolver a tolerância e a convivência, ainda que diante de um mundo desigual.
O foco dos maçons nunca foi forçar uma igualdade entre pessoas tão diferentes, mas sim de permitir que houvesse respeito e tolerância, possibilitando a convivência pacífica.
Não se pode confundir a tolerância dos maçons com a aceitação de políticas que levem à tirania. O maçom pode tolerar o diferente, mas jamais poderia tolerar o diferente que quer tornar todos iguais, uniformes, escravizados e coletivizados.
Maçons concordam com a máxima da filósofa Ayn Rand: “A menor minoria de todas é o indivíduo”. Com isso, deve-se respeitar as opiniões individuais das pessoas. Essa é a grande ideia dos maçons: juntar pessoas diferentes e encontrar nelas propósitos e ideias comuns que sirvam para facilitar a convivência.
Não por acaso, com essa visão do mundo de respeitar individualidades e de aceitar que há um Ente Superior que a tudo governa, os maçons foram perseguidos por todos os tiranos intolerantes da história.
Ataques à lojas maçônicas já ocorreram em países com maioria islâmica. É o caso da Turquia, por exemplo. Maçons foram presos na Alemanha Oriental, na Rússia, na Romênia e em vários países do leste europeu.
Maçons são perseguidos, portanto, por fundamentalistas religiosos e por tiranos socialistas desde sempre.
O maçom que não entende essa realidade e segue evitando a discussão de religião sectária e de política ideológica em loja, pensando que, com isso, obedece os seus landmarks, está fadado à eliminação diante de um mundo cada vez mais intolerante.
É urgente que nos mobilizemos, cada vez mais, para mostrar que nossos princípios são democráticos, que nossa tolerância é pacífica e que, ao mesmo tempo, não toleraremos mais políticas, ideias ou seitas que eliminem o caráter do indivíduo, coletivizando-o em ideologias sectárias que matam, prendem ou assassinam reputações de seus inimigos apenas por pensarem diferente.
Cabe aos maçons demonstrarem como isso ocorre e como fazer para evitar. É apenas com informação, educação e com a eliminação de ideias que levam à morte que os maçons contribuirão para ser aquela vela acesa que acende várias velas apagadas, acabando com a escuridão.